No dia, 20 de Abril de 1972 e quando nada o fazia prever deu-se a mais trágica situação ocorrida no Estádio do Varzim S.C.Para esse dia estava marcado um treino de conjunto com o Tirsense, e apesar do mesmo ter começado com uma péssima notícia para o plantel Varzinista, com a fractura da perna esqueda do jovem atleta Chico, quando este efectuava um remate á baliza, o treino recorria normalmente com uma grande exibição da equipa poveira, que á passagem da meia hora já vencia por 3 x 0.
O vasto número de espectadores que se deslocaram para vislumbrar o treino, estavam satisfeitíssimos com a demonstração de grande classe da sua equipa e conversavam animadamente sobre as contigencias que marcaram o dia a dia do clube, quando ao minuto 36, e sem que nada o fizesse prever deu-se a tragédia, o jogador Rico, uma das pedras base da equipa, ao caminhar com a bola sem ninguém a estrovar-lhe a acção, caiu fulminado.
Desde logo um enorme sentimento de terror e preocupação inundou todo o estádio sobre a inusitada situação ocorrida sendo o atleta prontamente socorrido, primeiro pelo massagista do Tirsense, depois pelo do Varzim bem pelos seus colegas e adversários que aterrorizados pela cena presenciada tudo faziam para tentar colaborar. Imediatamente o atleta foi transportado ao hospital da Póvoa de Varzim pelo seu colega de equipa Gomes, mas infelizmente e quando lá chegou o médico de serviço, Dr. Alberto Moreira, não teve outro remédio senão confirmar que o atleta estava morto.
Não mais prosseguiu o treino, porque a comoção e tristeza apoderou-se de todos os jogadores, treinadores e elevado número de espectadores que presenciavam o mesmo.
As circunstâncias pouco vulgares que originaram este trágico
acidente, apaixonou a opinião pública e desde logo alimentaram as mais variadas especulações, criando um clima de suspeição que muito desagradava e revoltava todos aqueles que tiveram o previlegio de privar com o jogador. Perante esta situação, e para a defesa da honra do malogrado atleta, o presidente da direcção Dr. João Pontes Fernando pediu para se realizar a autopsia que viria a concluir que a morte do atleta foi provocada por uma congestão cerebral, ficando deste modo dissipadas todas as dúvidas.O seu funeral simbólico realizado na Póvoa de Varzim foi uma enorme parada de dor, que reuniu toda uma comunidade em redor do atleta, sendo posteriormente o seu corpo transladado para Luanda como era o desejo da família.
José Duarte "RICO" era natural de Luanda (Angola), onde nasceu a 7 de Maio de 1940.
Em 1964 a convite do F.C Porto veio para Portugal, transitando em 1966 para o Barreirense onde apenas teve uma época. Em 67/68 ingressou no Varzim, clube que representou com grande brilhantismo, até que a morte o apanhou no campo de luta, numa altura em que estava a dias de contrair, matrimónio e tinha passagem comprada para em Agosto desse ano passar uma temporada na sua terra Natal, onde nunca mais tinha ido depois de a ter abandonado para tentar a sua sorte no futebol portugês, mas infelizmente o destino assim não quis.

4 comentários:
Bom artigo e tenho pena que tal tenha acontecido.
Já decorre nova votação no nosso site.Desta vez perguntamos qual é o jogador que mais o tem surpreendido esta época e contamos com o seu voto pa nos ajudar a chegar aos 250.
http://imperiofutebolistico.blogspot.com/
R-I-P RICO :'(
Opa apesar de ser RioAvista e grande Rival do Varzim esta história toqoume mesmo cá dentro, deve ser muito doloroso ver um jogador fundamental da eqipa partir de um momento para o outro.
Os meus sentimentos em Nome da Furia Verde.
Descansa em Paz Rico :'(
Quem, desse tempo, não se recorda da imagem de "marca" do Rico? Passeando nas ruas da Póvoa, principalmente a Junqueira onde era visita frequente do Festas "Alfaiate", sempre com o seu molhe de chaves a cintilar na mão, irradiando sorrisos a toda a malta, principalmente a miudagem que o adorava.
Enquanto júnior, ainda tive a felicidade de realizar uns treinos de conjunto contra ele.
Partiu prematuramente.
Ric, onde estejas, um abração.
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