O Varzim e o ex-presidente José Manuel Lopes de Castro voltaram hoje ao Tribunal da Póvoa, acusados pelo Ministério Público de terem cometido crimes de abuso de confiança fiscal por reterem, no final de 2008 e 2009, verbas do IVA e IRS, impostos que eram devidos ao Estado.
O clube entregou as declarações, mas reteve os 161 mil euros de IVA (relativos a Setembro, Outubro e Dezembro de 2008 e também Março de 2009) e ainda 181 mil euros de IRS referentes ao período de Agosto a Dezembro de 2008 e a Fevereiro de 2009. Somando as dívidas, o Varzim não liquidou mais de 342 mil euros, mas entretanto esse valor baixou bastante, uma vez que o clube efetuou pagamentos.
No julgamento, uma inspetora da Autoridade Tributária confirmou que, das dívidas em causa, só faltam pagar o IRS de Agosto e de Dezembro de 2008 e o IVA de Setembro do mesmo ano. Sobre essa verba falta, José Manuel Lopes de Castro disse que as Finanças deram indicações ao Varzim que iam extinguir os processos de dívida, através da penhora do valor que o Porto iria desembolsar na sequência da transferência de Bruno Alves para o Zenit. Só que essa tranche acabou por ser direcionada pelo Fisco para outros processos e o ex-presidente continua a responder pelas retenções no Tribunal da Póvoa, onde decorre o processo e onde Lopes de Castro teve de explicar os valores recebidos no âmbito do processo estádio, as razões da compra dos terrenos para o novo estádio e as dificuldades financeiras que o clube atravessou.
O advogado de Lopes de Castro, Carlos Costa, fez questão de informar o tribunal que o Varzim aderiu ao SIREVE, Sistema de Recuperação de Empresas por via Extra-judicial, o que suspende todas as ações executivas sobre o clube para os credores interessados em aderir. Foi nesse momento que se soube que a atual direção do Varzim não terá contactado Lopes de Castro para tratar do processo que o ex-presidente moveu ao clube recentemente. O julgamento prossegue em Abril. Rádio Onda Viva
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