Orgulho no passado, esperança no futuro

por Preto No Branco

A cada ano que passa, a esperança é a força maior de todos os varzinistas.
Não fosse o aniversário celebrado precisamente no Dia de Natal, a data que – para crentes e não crentes – marca sempre um reinício e o renovar do sentimento de que tudo é possível, desde que tenhamos arte, engenho, dedicação e uma pontinha de sorte.
Nestes 96 anos, celebramos a data do nascimento do nosso clube numa das suas fases mais difíceis. Além das escassas finanças, um problema crónico do nosso clube, competimos na II Divisão Nacional depois de uma descida de divisão que foi um rombo fundo na auto-estima dos adeptos e que, no plano estrutural da equipa, ditou a saída em debandada de muitas daquelas que eram as nossas promessas para o futuro.
Mas lá diz o adágio popular – sempre tão sábio e oportuno – “quando uma porta se fecha, uma janela se abre”. A crise guarda sempre em si uma oportunidade.
Apesar dos pontos desperdiçados com equipas do fundo da classificação, ultrapassámos o primeiro terço do campeonato na liderança da série e já provámos, sobretudo aos que se consideram igualmente candidatos à subida, que somos uma das melhores, senão mesmo a melhor equipa. Por várias ordens de razão: a mescla de jogadores mais experientes com a irreverência e a frescura dos mais jovens, a firme liderança da equipa técnica comandada por Dito e, o melhor de tudo, os adeptos incansáveis que somos.
Lembro-me bem da última vez que estivemos neste campeonato. Se não me falha a memória, já lá vão 16 anos. Não havia jogo em casa ou fora em que não houvesse uma assinalável falange de apoio aos nossos Lobos do Mar.
É com um agrado especial que vejo que a história, não se repetindo, se pode reescrever. Porque existe em nós, varzinistas, algo que o tempo não muda: o nosso bairrismo e a nossa entrega ao clube não conhecem limites.
Tal como os homens do mar, que estiveram na génese do nosso clube, somos daqueles que “antes quebrar que torcer” e estamos ao lado dos nossos, sobretudo quando eles mais precisam.
E nesta altura, o nosso Varzim precisa de nós. Porque se almejamos o retorno à Liga de Honra, precisamos de nos unir em torno. Devemos apoiar o clube de todas as formas possíveis, devemos tirar as lições necessárias desta passagem por um campeonato não profissional e, imperiosamente, devemos aproveitar este período para reestruturar o Varzim, refundando-o e preparando-o para novos e mais ambiciosos desafios.
A descida de divisão não esmoreceu a nossa raça. A blogosfera e toda a actividade online relacionada com o Varzim continuam activas e de boa saúde, as redes sociais – sobretudo o Facebook – são um ponto de encontro, de informação e de motivação para os adeptos, o estádio continua a registar assistências não muito diferentes das da época passada e – não me canso de dizer isto – em muitos casos até superiores às de alguns encontros de I Liga.
96 anos depois devemos orgulhar-nos daquilo que somos. Estamos vivos e sabemos que merecemos bem mais do que aquilo que temos.
Ponhamos mãos ao trabalho, deixemos a crise passar (esperemos que rapidamente), sejamos responsáveis e apresentemos resultados. Se assim for, não faltará quem queira apoiar o clube, a bem até do próprio desenvolvimento estratégico da Póvoa.
Por isso, permitam-me que formule este pedido que julgo ser exequível e até desejável: regressar ao campeonato principal em 2015. Não haveria, seguramente, melhor forma de festejar o centenário deste clube que é tanto de nós e da nossa terra.

PARABÉNS AO NOSSO HONRADO EMBLEMA E A TODOS OS VARZINISTAS… NESTE DIA QUE É TAMBÉM O NOSSO NATAL!